Você já parou para pensar como as emoções e os sentimentos que os colaboradores têm dentro das empresas acabam influenciando a qualidade do ambiente de trabalho? Sabia que a falta de engajamento e de produtividade pode estar relacionada ao lixo emocional?
Pense bem: pessoas felizes e com equilíbrio em suas rotinas têm mais facilidade para manter boas relações e disposição para cumprir suas tarefas, concorda? Seguindo a mesma lógica, eventuais problemas e frustrações mal resolvidas certamente acabam “pesando” no dia a dia.
Considerando a influência das emoções, cabe às lideranças corporativas prezar pela saúde mental e desenvolver a inteligência emocional de sua equipe. Afinal, uma cultura de empatia e comunicação estimula a boa convivência e o desempenho profissional.
Mas afinal, o que é lixo emocional exatamente? Como ele influencia os espaços corporativos? Quais as melhores práticas para livrar-se dele? Neste artigo, vou abordar os pontos mais importantes do assunto. Acompanhe e saiba como aprimorar os soft skills do seu time.
O que é o lixo emocional? Entenda o conceito
Todo mundo já passou por alguma situação ruim e não conseguiu resolvê-la como gostaria. Pense em qualquer frustração ou sentimento negativo que você guardou para si. Onde será que esses ressentimentos vão parar?
Sempre que não conseguimos lidar ou ressignificar certos ocorridos, acabamos abastecendo nosso lixo emocional. Basicamente, ele representa todo sentimento inconsciente que não foi bem processado ou devidamente falado.
Isso inclui todo tipo de vivência e emoção negativa. Pode ser um desapontamento, um antigo trauma, um conflito mal resolvido, uma má relação no trabalho, uma situação difícil de lidar, e assim por diante.
Claro que todo mundo pode passar por coisas ruins. Contudo, é importante que elas virem aprendizados, não rancores ou mágoas. Quando você não reflete sobre o que aconteceu ou não expõe o problema para quem o causou, o lixo emocional acaba se acumulando.
O conceito foi criado pela empresária, palestrante e autora de best-sellers Heloísa Capelas. Ele foi apresentado no livro “Inovação Emocional” e motiva reflexões importantes sobre como lidar com as reações inconscientes das pessoas.
Em quais ocasiões no trabalho o lixo emocional pode causar desgaste?
O cérebro funciona como uma “esponja emocional”, que absorve estímulos de todas as situações e contextos em que estamos inseridos. Isso significa que o lixo mental pode ser gerado e provocar consequências tanto em nossas rotinas pessoais, quanto profissionais.
Entretanto, os ambientes corporativos tendem a ser mais propensos para isso ocorrer. Afinal, ao mesmo tempo em que são fontes de aprendizado, desenvolvimento e bons relacionamentos, as empresas também podem gerar estresse e pressão nos colaboradores.
Em geral, passamos a maior parte de nossos dias no trabalho. Isso significa que, se a construção de um ambiente positivo, equilibrado e pautado pela comunicação não violenta não for prioridade, o dia a dia acaba se tornando imensamente frustrante.
Nas organizações que ignoram esses cuidados, o lixo emocional pode ter várias origens: coação para bater metas, medo de dizer não para tarefas fora de suas atribuições, assédio de líderes, conflitos com colegas, excesso de trabalho, entre outras inúmeras situações.
Mesmo nos negócios que prezam pela saúde mental e qualidade de vida, podem ocorrer situações que estejam frustrando a rotina dos profissionais. Ou seja, além de prevenir conflitos e excessos, é fundamental saber identificar esses possíveis problemas.
Lembre-se que o lixo mental não surge só das frustrações, mas principalmente da falta de posicionamento sobre elas. Isso significa que desenvolver as habilidades comportamentais do seu time é muito importante para combatê-lo.
Afinal, mais que aprimorar a convivência coletiva, são justamente as soft skills que empoderam as pessoas para agir quando necessário, comunicando-se de forma adequada para mediar e resolver cada situação.
Quais os impactos do lixo emocional no ambiente de trabalho?
Trabalhar com metas, entregar bons resultados e demonstrar produtividade são cobranças comuns. Inclusive, elas podem ser bastante positivas. Afinal, é isso que permite ao profissional explorar seu potencial e crescer na carreira.
A questão é que os líderes e gestores devem saber dosar o que e como exigem. Quando há excessos, má comunicação ou falta de empatia, as pessoas começam a se sentir sobrecarregadas e angustiadas.
Com o passar do tempo, as frustrações acabam se transformando em um enorme desgaste mental. Nesse ponto surge o estresse, o sentimento de impotência, a ansiedade e outros problemas emocionais.
Uma vez que o lixo emocional é acumulado, as pessoas também levam ele para fora do ambiente corporativo. Com isso, os problemas reverberam na vida pessoal. No fim das contas, essa soma afeta ainda mais a saúde e a qualidade de vida.
Como se não bastasse, todos esses fatores impactam diretamente na produtividade dos colaboradores. Evidentemente, a sobrecarga mental diminui o rendimento. Ao mesmo tempo, o comprometimento com a companhia também é afetado, aumentando o absenteísmo e o turnover.
Para que o problema não se transforme em uma grande “bola de neve”, o RH também pode atuar para prevenir, identificar e promover a limpeza do lixo emocional.
E, então, como se livrar do lixo emocional no trabalho?
Você deve concordar que o setor de Recursos Humanos tem um papel estratégico dentro das organizações, certo? Afinal, seu papel é extrair o melhor de cada colaborador e dar condições para que os profissionais cumpram os objetivos da empresa.
Entre outras atribuições, o setor também “faz a ponte” de comunicação entre líderes e colaboradores, cuida do bem-estar dos times, bem como identifica e soluciona comportamentos problemáticos.
Isso significa que também cabe à área saber como se livrar do lixo emocional, prevenindo-o ou solucionando possíveis casos. Nesse sentido, diversas práticas podem ser adotadas. Entre as mais eficientes, eu destaco:
Incentive os colaboradores a praticarem o autoconhecimento e inteligência emocional
Só há um caminho para livrar-se das frustrações ou verbalizá-las da maneira correta: conhecer a origem dos problemas e a forma com que você lida com eles. Isso vale para todos, e é dever do RH inspirar esse olhar para si entre os colaboradores.
Trata-se de um exercício de autoconhecimento, que quase nunca é simples. As pessoas não vão simplesmente refletir sobre seus comportamentos de uma hora para outra. Portanto, essa é uma prática que deve ser incentivada constantemente.
Mais que combater as fontes de insatisfação e estresse, a área deve promover ações de promoção da saúde. Entre as iniciativas para promover o bem-estar mental da equipe, é importante sempre trabalhar o autoconhecimento e a inteligência emocional.
Investigue comportamentos negativos das equipes
Por meio do RH, os gestores devem entender se existem comportamentos negativos entre a equipe. Isso pode ser observado nas atitudes do dia a dia, se uma pessoa expressa nervosismo, raiva, ansiedade ou entusiasmo, por exemplo.
Ao compreender os padrões comportamentais do time, é possível adotar medidas para desenvolvê-los de forma positiva ou até compreender melhor as demandas do grupo na hora de traçar as ações preventivas (que citei acima).
Uma forma importante de analisar e estimular reflexões entre os colaboradores é em nível pessoal. Isso é feito em reuniões individualizadas, que permitem às pessoas se expressarem com segurança e ouvirem orientações mais específicas.
Faça reuniões de one-on-one
Entre os melhores modelos desta prática, destaca-se o formato one-on-one. Basicamente, ele consiste em um encontro periódico entre lideranças (ou representantes do RH) e liderados.
Nessa conversa de tom mais pessoal, cria-se um ambiente privado e seguro para os colaboradores se comunicarem. Além disso, esse tipo de ação faz com que a pessoa reconheça a preocupação da empresa com ela e sinta-se mais valorizada.
Trata-se de uma oportunidade para identificar melhor as dores de cada membro do time, entender seus receios, perceber suas reações, hábitos e padrões comportamentais, bem como traçar soluções para eventuais conflitos e angústias.
Realize pesquisas sobre emoções e sentimentos dos colaboradores
Como o lixo emocional está muito relacionado ao ambiente de trabalho, também é válido promover pesquisas anônimas para o time, coletando insights que permitam traçar melhorias na gestão da equipe e na própria organização do trabalho.
Diferentes instrumentos podem ser usados para essa finalidade. A ideia é entender se as pessoas estão se sentindo felizes, como elas avaliam sua rotina, quais suas percepções sobre a empresa e seus colegas, se existem sugestões de melhorias, e assim por diante.
Traga soluções para os times
Uma situação comum é promover investigações e pesquisas para entender o que está acontecendo, mas nada ser de fato transformado. A sensação de só “cutucar a ferida” pode piorar a situação.
Quais soluções práticas podem envolver os problemas levantados? Como as equipes podem enxergar algum resultado? Promover algum treinamento específico de CNV, uma mentoria sobre gestão da emoção ou mesmo uma conversa mais séria promovida pelo líder da equipe.
Claro que estamos falando de situações delicadas, mas é preciso retornar algo para essa equipe ou todo o esforço não será bem visto.
A teoria sobre lixo emocional faz todo sentido, mas como tirar todas essas ações do papel e transformá-las em resultados práticos? Provavelmente não será de um dia para o outro, mas é muito importante começar esse movimento.
Tudo isso faz parte de mudanças de hábitos. E também da mudança de percepção da forma como esse time se relaciona e compreende a própria produtividade. A minha metodologia trabalha incentivando a produtividade saudável, valorizando o ser humano e trazendo resultados para o indivíduo e a empresa de uma forma sustentável.
Estar consciente sobre suas tarefas e funções facilita o diálogo entre as pessoas. Além disso, receber um treinamento mais completo que olha pra sua vida pessoal e profissional faz com que as pessoas se sintam mais valorizadas. Descubra como a minha metodologia pode lhe ajudar. Clique aqui e saiba mais.