Acabei de retornar de férias, foram 15 dias de viagem!
A primeira parte da viagem conheci Tel Aviv, Jerusalém, Akko, Rosh Hanikra, Mar Morto, Jericó e Belém. A segunda parte fui sozinha pra Itália. Cheguei em Roma, segui para Florença, Nápoles e costa Amalfitana, com direito a Ilha de Capri.
É engraçado como 15 dias no dia a dia passam voando, mas em férias, parece que vivi uma eternidade! Com certeza, difícil resumir tudo o que vi, aprendi, experimentei, senti…
Eu sou uma viajante de carteirinha! Sempre opto por viajar ao invés de festas, tenho experimentado um certo nomadismo nos últimos anos e já fiz várias viagens sozinha.
Muitas pessoas me pedem dicas e resolvi compartilhar as principais dicas de planejamento de viagens internacionais e de viagens na prática que eu passaria para os meus amigos. Lembranndo que eu não sou especialista em dicas de viagens, mas claro que tenho muito a compartilhar! Então aproveite para ver se te ajudo com alguns insights! E compartilhe comigo também as suas dicas, vou adorar saber! 😉
passo zero: ferramenta de organização
Já imaginou iniciar todas as suas pesquisas sobre a viagem e depender apenas da sua memória? Ou deixar todas as abas abertas com medo de perder alguma informação importante? Ou ainda mais ficar buscando cada email para poder saber os horários agendados?
Por favor, aqui não, né? 😛
Aqui a gente é sinceramente organizado e utilizamos alguma ferramenta a nosso favor. Qual delas? Isso vai ao gosto do freguês: eu já fiz muito planejamento no Trello e dessa vez fiz no Notion mesmo. Isso aqui é só para te inspirar, tá? Faça como preferir!
Utilizei uma página principal no Notion e fui organizando por Toggle list e criando páginas específicas com as outras informações, veja:
Veja o detalhamento do “Cronograma Itália” para vocês entenderem como EU fiz, com abertura no dia 02/05. Ou seja, eu coloquei cada dia e seu resumo, e deixei detalhado dentro dele as opções de roteiro e as reservas que havia feito para o dia, para facilitar tudo. Na viagem, era muito prático abrir o app do Notion e conferir as informações.
primeiro passo: cronograma
Ótimo! Agora que você já definiu a ferramenta que vai se organizar, vamos começar!
Para onde você vai? Em qual época do ano? Qual a estação? Quais os passeios quer fazer? O que precisa comprar com antecedência? Todas essas são perguntas importantes e essenciais para serem respondidas para que o planejamento comece.
Se você já tem as datas definidas e ainda quer definir seu cronograma, minha dica é se perguntar qual o objetivo da sua viagem. Vale inclusive dar uma pesquisada no skyskanner, colocando a cidade de partida e as datas e a opção “mundo inteiro” que ele vai te mostrar os melhores preços de passagem naquele período. Você também pode fazer a busca inversa e colocar o destino e buscar pelas melhores datas, até mesmo no Google Flights!
Se você já sabe melhor o destino e as datas, mas ainda não sabe exatamente o que pode fazer por lá, minha dica é: além de ver sites e blogs de viagem, perguntar aos seus amigos que já foram e, preferencialmente, pessoas que moram no local, não se esqueça da nossa super nova ferramenta: o chat gpt! Eu literalmente coloquei “o que fazer em 5 dias em Israel?” e ele me deu uma recomendação bem confiável e confirmada por todos que conheciam. Fiz o mesmo para Itália e, mais especificamente, para Roma.
Uma dica que acabei de ficar sabendo é o app “Visit a City“. Ele te dá várias possibilidades de cronogramas para cidades conhecidas, já com tempo e deslocamento. Adorei!
Uma vez que você entendeu melhor seu cronograma e as opções que você está disposto, você pode seguir para os próximos passos!
segundo passo: passagens
Dependendo de onde você vai ficar e do seu cronograma, você pode olhar avião, trem, ônibus e até caronas! Dentro da Itália, todos me recomendaram olhar passagens de trem, que se você compra com certa antecedência (eu comprei com 1 mês +/-) consegue pegar preços muito bons! Fui de Italo, olhando direto no site deles, mas me passaram esse site aqui que também é ótimo para comparar as opções de passagens.
De maneira geral, voar na Europa é muito mais barato que no Brasil! Existem muitas companhias que fazem preços bem em conta: Ryanair, Vueling e Easyjet, por exemplo. Mas, atenção! Elas não incluem quase nada de bagagem, e cobram caro por extra de bagagem e serviços! Portanto, veja exatamente a sua condição de bagagem para não comprar errado e depois ser surpreendido com uma tarifa extra e salgada na hora.
Observação: alguns países ou regiões oferecem uma condição muito boa de transporte público que pode ser utilizada também. Em Israel, foi muito tranquilo, seguro e barato viajar pelo trem/metrô deles. Eu fui de Tel Aviv para Jerusalém e também para o norte de Israel pelo trem do transporte público e super recomendo! Na Costa Amalfitana também percorremos alguns locais de trem e de ônibus. Quando digo transporte público, estou me referindo as linhas e tickets comuns ao dia a dia, não são tickets ou guichês diferenciados.
Para viagens por ônibus entre cidades, no Brasil temos opções como Buser e Wemobi, eu já usei as duas e recomendo! Mas acabei descobrindo recentemente o FlixBus, que te mostra opções dentro do Brasil e na Europa também!!
Por fim, também existem algumas opções de transporte por barco/ferry e passeios interessantes de 1 dia de barco visitando alguns locais, vale a pena pesquisar! Para a Costa Amalfitana eu sei que fazem 1 dia para Positano e Amalfi e eu fui para a Ilha de Capri por ferry, comprei online e usei os serviços da Caremar.
Ah, ainda sobre planejamento: eu prefiro olhar primeiro os preços e opções de transporte para depois olhar as hospedagens. Às vezes as promoções podem te fazer mudar alguma data e isso pode ser mais importante.
terceiro passo: hospedagens
Hotel, hostel ou airbnb? Isso depende do budget, da localização, do número de pessoas e, claro, do seu objetivo. Sites como o booking.com e hotels.com já incluem opções hoje dos 3 e é uma excelente forma de pesquisar e analisar. Para pesquisar hostels, costumo olhar no hostelworld.
O hotel é o mais tradicional, mas é bom reforçar que nele você já tem serviços de limpeza e mais comodidades e produtos para o banho (toalhas, shampoo, condicionador, secador de cabelo, etc) inclusos e às vezes o café da manhã. Mas eu não faço tanta questão do café da manhã, especialmente se for um valor considerável a mais, porque gosto de explorar os cafézinhos da cidade.
Já os hostels são opções mais populares de hospedagens, onde normalmente você divide seu quarto com mais 3, 5 ou 7 pessoas, podendo ser misto ou só feminino, por exemplo. Pode ter banheiro no quarto ou só coletivo (para todos os quartos). Pode ter ou não café da manhã incluso. Geralmente, não oferecem toalhas! Até existem quartos individuais em hostels, mas geralmente costumam ser até mais caros que pegar um hotel. A intenção de ficar em hostel é ter uma viagem mais barata, mas, também, conhecer pessoas!
Geralmente, os hostels possuem programações todos os dias para agitar a galera: seja passeios na cidade, happy hour, jogos e festas. Além de você poder fazer amizade no próprio quarto. O perrengue é: guardar sempre suas coisas no armário (com cadeado), pois você nunca sabe com quem está dividindo o quarto. Apesar de geralmente não estar incluso os produtos de banho, geralmente eles têm para vender ou toalhas para alugar. Eu já experimentei hostels de todos os tipos e, particularmente, cansei. rs
Pra mim, airbnb tem sido a melhor opção, especialmente se estou com mais pessoas! Conseguimos nos hospedar com mais conforto, dividir o valor, as vezes até utilizar a cozinha ou outros ambientes de casa que não tem nas opções anteriores. Mas isso é muito relativo e depende, obviamente, das ofertas do momento e do objetivo específico daquela viagem.
Em todas as opções, é sempre válido levar em consideração a localização e ver as avaliações que as pessoas fizeram daquele local.
Um exemplo importante foi acomodação na Costa Amalfitana. Como deixamos para última hora, ficamos sem muitas opções. Mas escolhemos um airbnb que dava opção de ir de trem para as outras cidades, ou pelo menos para a cidade principal que conecta todas: Sorrento. Essas conexões são bem importantes!
Por fim, como viagens costumam trazer sempre um que de imprevistos, recomendo também dar preferência para locais que tem cancelamento gratuito próximo a data da hospedagem. Assim, você fica mais confortável para mudar de planos! 😉
quarto passo: passeios, tours e reservas
Uma continuação do cronograma, mas aqui de forma mais específica. Vale pesquisar o que você REALMENTE quer fazer no local e ver se já dá pra comprar ou deixar reservado. Especialmente para locais muito procurados como o Vaticano, vale a pena comprar antes e inclusive se planejar analisando as datas disponíveis! Não faz sentido enfrentar uma fila gigantesca que dura horas e ainda correr o risco de não conseguir no seu pouco período no local, né?
Aqui sempre vem a dúvida se no local será mais caro ou mais barato. Isso varia muito do local e tipo de tour, pois em sites oficiais, os preços são fixos tanto online, quanto presencial. Lembro que os passeios no Peru eram mais em conta presencialmente e conseguíamos negociar, mas já na Europa, os preçocs costumam ser fixos. Além disso, o que pode mudar são os sites parceiros e os extras oferecidos, como opções com guias e mais de uma entrada inclusa. O Get your guide é muito famoso para isso e costuma oferecer mais opções em português, mas nem sempre tem os melhores preços. O que eu recomendo é garantir a rerserva antes do que você faz questão de visitar, assim você não corre risco de perder e fica mais tranquilo!
A dica que quero deixar é buscar por free walking tours. Eu gostei bastante dessa modalidade! É uma opção de conhecer melhor o local que se está visitando, trazer pontos históricos e curiosidades com um guia qualificado, em um passeio que costuma ser de 2 a 3 horas a pé. Tenha em mente que, por ser gratuito, obviamente não inclui nenhuma entrada. Além disso, o mais comum é que eles sejam em inglês ou em espanhol, o que pode prejudicar quem não entende essas línguas.
Eu adorei essa opção e percebi que não só costuma ser mais barato, mas muitas vezes a qualidade é ainda melhor! Como os guias recebem gorjetas, eles dependem do seu próprio desempenho para ganhar mais! Então eu acho o custo x benefício excelente e um menor risco de não gostar do passeio.
Lembre-se que apesar de ser “free”, não é de graça! Realmente é esperado que você pague – e em cash! – o guia ao final um valor “ok” de tips (gorjeta) pelo tour. Esse valor vai depender da importância do local, da média que geralmente se é pago nesses tours e da qualidade do guia.
Por fim, a dica extra é: não sabe nada da cidade e não se planejou? Pega um free walking tour e vá ser feliz! rs Essa foi exatamente a minha estratégia para cidades que não consegui me planejar com antecedência. Apenas reservei esses “free walking tours” no dia anterior e conseguia conhecer boa parte do local primeiro pelo tour e depois decidir o que eu gostaria de fazer. Um bônus para quem viaja sozinho é a possibilidade de conhecer pessoas por lá! 😉
Onde você pode encontrar esses tours? Eu recomendo os Sandemans, que são bem conhecidos por isso. Mas, caso eles não tenham, basta pesquisar por “free walking tour in _” e coloque a cidade que está interessado.
recomendações de tours e restaurantes
A gente sempre que acertar onde ir, né? Para isso, o Trip Advisor é o mais conhecido. Contudo, tenho utilizado muito o Google também. Abro o google maps e escolho “restaurantes”, ele me mostra as opções por perto, a avaliação geral dos locais (e número de avaliações – se tiver muito comentário/avaliação, costuma ser muito bom!) e o range de preço.
Além disso, confesso que o que eu mais gosto – além de pegar indicações com amigos – é perguntar os próprios locais o que eles recomendam. Perguntei para um garçon “qual é o melhor gelato da cidade?” e fui lá – de fato foi a minha melhor escolha. 😉
mala
Como eu iria para muitos lugares e tinha que ficar andando, a mala de rodinha acaba não sendo a melhor opção para se carregar em ruas de pedras e etc. Por isso os famosos mochilões ganham força.
Foi minha primeira viagem com um. Segui as orientações da minha amiga maravilhosa Camilla e comprei esse, de 40L que chega a 45L. Também comprei essas 4 divisórias, ambos na Decathlon. O motivo? Esse tamanho de mochilão passa como mala de mão no avião e a sua abertura tem essa opção total e não somente por cima, como você pode ver na foto.
Eu usei as divisórias como gavetas na mochila, separando por tipos de roupas – o que fez TODA DIFERENÇA durante a viagem! Ficou perfeito essa organização (obrigada Estervânia pela super ajuda!): uma para basics (roupa íntima, pijama, meias, roupa de academia e chinelo), outra para parte de cima (blusas, cropped, body), outra para parte de baixo (shorts, calças, meia calça) e outra para peças únicas (vestidos e blusões). A divisória no canto inferior que a própria mala tem eu coloquei roupa de praia e a divisória avulsa em cima eu coloquei um tênis e a necessaire (reduzida, só com produtos de até 100ml).
Ps: meu próximo desafio é viajar com menos coisas ainda. Mas já estou feliz com esse avanço! rs Também levei uma outra mochila menor, que estavam coisas de escritório (computador, carregadores, caderno e estojo), e o kit básico de viagem, como jaqueta de frio, echarpe e touca, higiene bucal, maquiagem, medicamentos, dinheiro e documentos.
viagem internacional na prática
Lembre-se do básico:
- Documentos: passaporte com validade superior a 6 meses antes da entrada no país, visto e vacinas se necessário.
- Dinheiro: a melhor opção hoje para viagens tem sido o cartão da Wise. Ele funciona como um cartão de débito internacional. Basta você colocar dinheiro nele na moeda que você deseja e pronto! Pode sair usando normalmente para pagar tudo na viagem, inclusive online! No app da Wise você consegue ver facilmente a cotação e valor final a ser pago pelo app, pode fazer o depósito por pix, acompanha as transações e inclusive pode trocar de moedas. Exemplo: eu comprei euro, dolar e shekels (moeda israelense). Quando terminei minha viagem de Israel, troquei os shekels restantes para euros 🙂 Ah, ainda dá para sacar dinheiro por eles também, mas lembre-se de ser estratégico na hora de fazer isso porque a taxa de saque tanto da Wise, quanto da máquina ATM são bem altas. Então saque um valor ok para se ter daquela moeda para toda a viagem. Quando eu usei dinheiro/cash? Para pagar tips dos tours e para comprar coisas em alguns mercadinhos centrais e de comida. Em Israel muitas “barraquinhas” não aceitavam cartão. Portanto, não se esqueça de solicitar seu cartão físico da Wise com certa antecedência.
- Transporte: Google Maps salva vidas! Ele já tem opções para você colocar de todas as formas: de carro, a pé, de transporte público, as vezes até de uber/free now. Lembre-se da opção do horário de partida, que automaticamente ele calcula pro momento pesquisado, mas você pode alterar a data e horário se tiver planejando também. Outro site que muitos viajantes gostam é o Rome2Rio, que te mostra literalmente todas as opções disponíveis de deslocamento para te fazer chegar em qualquer lugar do mundo!
- Internet: fundamental, né? Ao menos alguém do seu grupo precisa estar com acesso para evitar perrengues maiores e garantir a segurança do deslocamento e das buscas. Procure comprar um chip local pré-pago, de preferência na região central da cidade que está viajando – nos aeroportos são os mais caros! Se for pra Europa, por exemplo, pergunte qual operadora funciona em toda a Europa e não somente naquele país. Eu comprei na Itália em Roma, na estação Termini o meu da Vodafone. Funcionou bem lá e na Espanha até agora 😉
- Comunicação: Google tradutor salva vidas! hahah e não se esqueça da opção “câmera” que você pode posicionar seu celular na imagem (um cardápio por exemplo) e ele vai traduzindo. Você pode inclusive colocar a opção para ele detectar a língua! Usei muito isso em Israel para traduzir um pouco do hebreu… rs Mas perguntar os locais sempre é uma estratégia também, e aí vale usar todas as suas habilidades linguísticas, inclusive a mímica! haha
- Pass da cidade: algumas cidades oferecem pacotes de combos de transporte ilimitado para alguns dias na cidade, incluindo muitas vezes todas as modalidades: metrô/trem e ônibus. Procure sempre quando for comprar seu ticket de metrô se não tem uma opção de 3-day-pass, weekly pass ou até de 1 dia ou 1 mês! Como turistas, costumamos utilizar muito e costuma valer muito a pena!
no mais: vá ser feliz!
Eu tentei colocar aqui todas as minhas boas dicas de viagem para facilitar a vida de vocês e ajudar nas decisões e no planejamento financeiro também!
Mas gosto de salientar que ser flexível em viagens é importante, porque às vezes você e seu grupo pode querer mudar e pode ser ainda melhor! Então, minha dica final é: defina o que você faz questão, o que é prioridade, e, de fato, priorize isso no seu planejamento. No mais, deixe fluir! Lembre-se que é o seu humor, sua energia e animação que farão toda diferença! 🙂
Aproveite bastante e boa viagem!
Ps: eu não sou especialista de viagens, mas sim de gestão do tempo. Se você quer saber mais sobre gestão de tempo e produtividade, clique aqui confira o e-book que eu preparei com um resumão da produtividade!